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Achadouro

2024-2025

Instalação contínua composta por objetos e fragmentos diversos colecionados pela artista, como: azulejos, cerâmicas diversas, bordados diversos retirados de toalhas de mesa, lenços de bolso, partes de peças em crochê, porta copos, fragmentos de peças decorativas em madeira, fotografias de família, saboneteira, descansos de panela, elefantinhos de enfeite de porta, puxadores de gaveta, plantas secas, pena de pássaro, partes de molduras de madeira, cabide, colher de pau, partes de lustre, esculturas decorativas em cerâmica, cartões postais, escovas, leque, entre outros. 
 

Todos os artefatos apresentados na instalação foram colecionados pela artista ao longo da vida de diferentes formas: adquiridos em viagens, garimpados em brechós, herdados de familiares, recebidos como presentes ou doações, ou encontrados em caçambas de obras, praias e trilhas.

Dimensões variáveis (dependendo do espaço expositivo)
 

478 x 311 cm (nessa montagem)

Coleção da artista

O termo "Achadouro" foi retirado do poema de Manoel de Barros, no qual ele se refere a buracos no quintal onde se escondiam tesouros, como moedas de ouro. O poeta sugere que, ao cavar esses buracos, não encontramos ouro, mas sim tesouros da infância, como as memórias dos meninos e meninas que fomos. No caso da minha obra, proponho outro tipo de achadouro, onde a escavação é feita pelo olhar curioso de quem explora o espaço repleto de pequenas coisas que tem o poder de evocar memórias e despertar a imaginação.

 

Esses objetos chegaram até mim de diversas formas: por meio de coletas, aquisições ou doações. Importante ressaltar que todos são itens usados, muitos dos quais foram deixados para trás, esquecidos, doados ou descartados. Ao longo do tempo, fui reunindo esses cacos e objetos que, por algum motivo, me chamaram a atenção. Alguns fragmentos foram incorporados às obras, enquanto outros ficaram guardados ou pendurados nas paredes do ateliê. A beleza e o interesse que encontrei nesses pequenos pedaços, de várias origens, me levaram a manipulá-los, seja fragmentando-os ainda mais ou criando novas associações. Assim, o patchwork, que antes eu fazia com tecidos, passou a ser realizado com objetos. O espaço do ateliê se tornou a base, a trama ou o achadouro onde os artefatos se combinam, se transformam e se modificam, criando uma obra em constante mutação, aberta a novas adições e descobertas.

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