No centro de uma delicada toalha de mesa bordada com flores, aparece a figura híbrida de uma mulher e uma mesa de jantar. Nela, vários bebês se alimentam tanto dos seios da mulher quanto dos frutos de uma árvore que cresce de seu umbigo-centro de mesa. Essa imagem surgiu a partir da minha experiência com a amamentação e faz uma singela referência a uma passagem de “A Redoma de Vidro”, de Sylvia Plath, que sempre me tocou muito. Nela, a personagem se senta debaixo de uma figueira, onde cada figo representa um futuro brilhante, mas, incapaz de escolher um, todos caem, um à um, e apodrecem ao seu redor.

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A maternidade, especialmente a amamentação, me colocou no lugar de geradora de vida, mas também me trouxe a vivência diária de pequenas mortes. Onde há vida, há também morte e desamparo. Ao optar pelo maternar, sinto que abri mão de outras possibilidades, limitando-me, pelo menos temporariamente, a criar raízes em lugar, transformando-me em casa ou mobília para outro ser.